Por Lara Hinkel e Marcelo Langaro no Intercomunidades.
O Brasil é o quinto país do mundo em ranking de violência contra a mulher, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2015. Em Santa Catarina, Florianópolis está no topo da lista da violência contra a mulher, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, em 2017. Apesar da Lei Maria da Penha estar em vigor desde 2006, criada para proteger mulheres da violência física e verbal, ainda é necessário conversar sobre o assunto, já que muitas mulheres não procuram ajuda por medo ou por ameaças vindas do agressor.
É visando ajudar as mulheres no enfrentamento da violência doméstica, de uma forma rápida, simples e gratuita, que alguns aplicativos foram criados para que a denúncia seja mais facilmente realizada. Dentre eles, está o aplicativo “Juntas”, criado pelo Gelédes- Instituto da Mulher Negra em São Paulo, que foi vencedor do Concurso “Desafio de Impacto Social”, da Google, em 2014.
Disponível nos sistemas Android e iOS, basta as usuárias cadastrarem o número de celular e o código de área da cidade em que vivem e selecionar três protetores que estejam na lista de contatos ou nas redes sociais, que serão chamados quando a vítima acionar o botão de pânico, junto da localização. As Promotoras Legais Populares (PLPs), responsáveis por atuar na defesa, orientação e triagem das demandas de direitos, também serão acionadas. Além disso, o aplicativo também permite registrar casos de violência em andamento, por meio de áudios e vídeos, que ajudarão nas provas de denúncia.
Além do “Juntas”, outros aplicativos funcionam com o mesmo mecanismo. Entretanto, alguns possuem outros recursos. O aplicativo Clique 180, desenvolvido pela ONU Mulheres, sugere rotas para serviço de atendimento mais próximo e mapeia os locais de maiores riscos; o MUSA (Mulher Salva) permite o preenchimento de dados sobre o agressor, a denúncia em tempo real e a opção de acionar policiais através de outro aplicativo, o Anjo da Guarda. Ambos apenas para sistema Android. Já o SOS Mulher possibilita um número maior de contatos na lista de emergência (até cinco) e reúne depoimentos de vítimas para relembrar a importância da denúncia.