A cidade de Macapá registra semanalmente uma média de 15 casos de violência contra a mulher, segundo o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram), que atua em duas unidades na capital. Ao longo de 2016, cerca de 2 mil registros foram feitos, de acordo com o órgão.

no G1

Na capital, bairros nas zonas Norte e Sul têm os maiores índices de violência contra a mulher, segundo a coordenadora interina de Políticas para as Mulheres de Macapá, Anne Paris. Ela diz que as regiões são os locais de maior atuação do Cram.

“Instalamos as unidades do Cram nas zonas Norte e Sul justamente por serem as regiões em que há o maior número de casos de violência contra a mulher, que vai além da física, e inclui a psicológica, social e sexual. Funcionamos como uma rede de atendimento para que a vítima possa denunciar os casos e tenha todo o apoio, inclusive jurídico”, destacou a coordenadora.

Segundo ela, são mulheres em vulnerabilidade social que sofrem agressões diárias, em sua maioria em relacionamentos abusivos e dependentes financeiras dos companheiros. Dados da rede de atendimento apontam que a maioria das agressões acontece no fim de semana, em períodos noturnos e, geralmente, os companheiros das vítimas estão sob a influência de bebidas alcoólicas.

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Anne Paris, coordenadora de Políticas para as Mulheres em Macapá (Foto: Jéssica Alves/G1)

A coordenadora diz que apesar do número crescente de ocorrências, ainda não é possível ter os dados concretos de quantas mulheres são agredidas e violentadas diariamente. O problema é que muitas mulheres têm medo de denunciar as agressões.

“Muitas mulheres evitam a denúncia, por medo ou por terem algum tipo de dependência dos companheiros, seja financeira ou até mesmo emocional, pois muitas não querem que o relacionamento tenha um fim”, falou Anne.

Atendimento
O Cram, sob os cuidados da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (CMPPM), trabalha a prevenção e o enfrentamento à violência contra a mulher, por meio do diálogo e atendimento pedagógico, jurídico, social e psicológico para auxiliar na solução dos problemas.

Quando a vítima de agressão se sente insegura, apesar da proteção policial e das medidas judiciais, ela pode recorrer ao Cram, que oferece atendimento psicológico, judicial e moradia para as vítimas e para os filhos.

O Cram da Zona Sul fica na Rua Anatair Monteiro, nº 149, bairro Nova Esperança. O atendimento é feito toda segunda, quarta e sexta-feira, de 8h às 13h. Nas terças e quintas-feiras, os serviços concentram-se na Delegacia da Mulher, no bairro Santa Inês. O Cram da Zona Norte fica na Rua Roma, nº 2147, bairro Renascer 2, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h.